“Vela inflada, porão lotado, feijoada no caldeirão. É tudo que o Saveiro precisa para deslizar devagar na rampa do Mercado Modelo ou São Joaquim. Resultado do sincretismo náutico, a embarcação é descendente orgulhosa de barcos egípcios, chineses, indianos e holandeses.
Das centenas de saveiros que inflavam velas na Bahia de Todos os Santos restam apenas três. O progresso não permitirá que eles voltem todos como num cartão postal dos anos 50, mas a poesia, os causos, os cantos, os sambas de roda, as regatas, os bordejos, a arqueologia recente do Recôncavo transformam estes poucos barcos em museus ativos flutuantes, evitando que excelentes navegadores se tornem péssimos ajudantes de pedreiro.
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