"De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de fazê-Ias voltar outra vez. Não podemos revelar ou copiar uma memória”
.
Henri Cartier-Bresson

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

SÉRIE RECÔNCAVO - CACHOEIRA

Considerada monumento nacional e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1971, Cachoeira, é depois de Salvador a cidade que reúne o mais importante acervo arquitetônico no estilo barroco.
 
Situada no Recôncavo Baiano, às margens do Rio Paraguaçu, a cidade teve seu apogeu econômico nos séculos 18 e 19, quando seu porto era utilizado para escoamento da produção de açúcar e fumo para a Europa.


No século XIX a cidade teve projeção na história política nacional. quando dali ecoaram os primeiros gritos contra a opressão portuguesa, visando a criação de um movimento organizado em prol da independência do Brasil. 

A cidade foi capital da Bahia independente durante 16 meses, assim como em 1837,       durante a Revolta da Sabinada.




Circular pela cidade nos conduz a um cenário cinematográfico através de casarios, igrejas e monumentos históricos que nos remete ao Brasil dos tempos do Império Português.
  Cachoeira é uma das cidades baianas que mais preservou a sua identidade cultural e histórica com o passar dos anos, o que a faz um dos principais roteiros turísticos históricos do estado. 


Dada a importancia do Patrimônio historico, a cidade conta com o Monumenta,  programa estratégico do Ministério da Cultura que procura conjugar recuperação e preservação com desenvolvimento econômico e social atuando em cidades históricas protegidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Sua proposta é de agir de forma integrada em cada um desses locais, promovendo obras de restauração e recuperação dos bens tombados e edificações localizadas nas áreas de projeto. 

A Casa de Câmara e Cadeia, foi sede do governo baiano, e a partir daqui oganizou-se a resistência, ao Império Português e a luta pela proclamação da independência.
 

A participação de Cachoeira na luta pela independência da Bahia é retratada pelo pintor Brasileiro Antônio Diogo da Silva em sua obra "O Primeiro Passo para a Independência da Bahia" (1931).



A cidade é oficialmente a sede do governo da Bahia nos dias 25 de junho desde o ano de 2007 quando mediante lei estadual ficou determinada a transferência. Em 25 de junho de 2008 o governador e seu secretariado consolidaram a homenagem despachando da nave principal do Convento do Carmo.


Igreja da Ordem Terceira do Carmo, composta pela Igreja e Casa de Oração, tem como destaque a coluna e o altar no estilo Barroco, revestidos em ouro e imagens em madeira com traços orientais.




A imponência do seu casario barroco, das suas igrejas e museus, levou a cidade a alcançar o status de "Cidade Monumento Nacional" e "Cidade Heróica" pela participação decisiva nas lutas pela independência do Brasil.


 O adobe, emprestado da construção tradicional portuguêsa está presente na maioria das construções, onde segundo rumores, o uso de óleo de baleia adicionado à argamassa lhes conferia maior resistência.







 Presentes estão também os azulejos Portugueses, bem como algumas peças decorativas como as que aqui são vistas no campanário da igreja da irmandade da boa morte, possivelmente procedentes de Macau.



O sorriso franco de D. Natalina carregado com sua história e de seus ancestrais, traduz a marcante presença do negro com sua identidade cultural, e a mistura de raças e valores culturais que emerge como fator determinante do rico acervo cultural do Reconcavo baiano. 


"O samba nasceu lá na Bahia, se hoje ele é branco na poesia, ele é negro demais no coração.", diz a música do poeta Vinícius de Moraes. O ritmo afro-brasileiro, o samba, teve como base o "samba de roda" que nasceu no Recôncavo baiano por volta de 1860 e lá é festejado. 

Quem desejar conhecer de perto, pode ir à Casa de Samba de Roda de D. Dalva, legítima representante dessa tradição tão bem enraizada na vida do povo do Recôncavo.


Nenhum comentário: