"De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de fazê-Ias voltar outra vez. Não podemos revelar ou copiar uma memória”
.
Henri Cartier-Bresson

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma homenagem ao poeta e fotógrafo DAMÁRIO DA CRUZ

Crédito desta imagem - José Inácio Vieira de Melo / Cavaleiro de Fogo




DAMÁRIO DA CRUZ – cachoeirano de coração e por reconhecimento – morreu vítima de câncer no pulmão; na madrugada do dia 21 de maio de 2010, aos 56 anos, em Salvador. 


Poeta, fotógrafo, e produtor cultural,  Damário espalhou sua poesia mundo afora e proporcionou á cidade de Cachoeira um grande atrativo cultural com a criação do espaço Pouso da Palavra, fundado em 2001. Além de expor suas fotografias e criações literárias, O Pouso abriga produções de outros artistas; como também utensílios, movéis, cds e curiosidades trazidas de suas viagens feitas por diversos países. 

Deixou o fotógrafo em Cachoeira, uma janela do tempo para o POUSO DA PALAVRA. Aqui, a sua essência de poeta materializa-se em sua arte, e na arte de tantos quantos  com a licença do poeta, impregnados pelos mesmos sentidos materializam sonhos.




"O Pouso abriga a palavra de todos que queiram se expressar. Ele nasceu para provocar a criatividade das pessoas, descobrir novos talentos e fazer o que chamo de manutenção de sonhos. Apesar de toda a automação do século XXI, continuo achando que a palavra e a sua redescoberta serão a grande novidade do novo milênio".

Damário da Cruz 


 Atelier do poeta & fotógrafo Damário da Cruz  - POUSO DA PALAVRA


DEVARNIER HERMOGENES - A inexorável desilusão acerca do gênero humano. Acrílica sobre tela, 140x110cm, 1999.Obra exposta no POUSO DA PALAVRA

Obra exposta no POUSO DA PALAVRA


DEVARNIER HERMOGENES - A solidão provocada pela lucidez é intraduzível - Acrílica sobre tela,, 140x110cm, 1999.Obra exposta no POUSO DA PALAVRA


Obra exposta no POUSO DA PALAVRA


Ao fotografo, e poeta DAMÁRIO DA CRUZ nossas homenagens e agradecimentos pela janela do tempo, onde através do espelho d’alma, amigos e admiradores do seu trabalho poderão contemplar a sua arte no Pouso da Palavra:
 
O POUSO DA PALAVRA

A voz do poeta calou-se,
Cachoeira silenciou.
O poeta já não canta mais o encanto do rio,
Que ao longo do tempo os seus olhos  seduziu.

Mas corre a boca pequena, uma curiosa cantilena.
Sobre um fotógrafo que habitando a alma do poeta
Partilhava deste convívio nos cômodos do seu coração
E encantado pelos sonhos que o poeta aos ouvidos sussurrava 
Ansiava em levá-los aos olhos de quem os enxergasse com emoção.

Desde então...
Mesmo antes que o poeta em "Gran finale" anunciasse sua partida,
Deixou o fotografo em Cachoeira uma janela do tempo.
Onde através do espelho d’alma
Pode-se hoje contemplar o Pouso da Palavra do poeta.

Autor:  Juray de Castro
 
- maio de 2010




2 comentários:

Anônimo disse...

Esta última obra... simplesmente dupla: o quadro e a fidedignidade traduzida pelo fotórgrafo.... dá pra sentir o relevo da obra.

Parabéns a ambos!

Márcio José França Silva disse...

A magia da fotografia nos remete a um rico registro de passagens ocorridas em nossas vidas. São lugares, situações do cotidiano, um olhar vago no que há de mais subjetivo para o próximo ou até para si mesmo. É a arte que se expande no arquivo de imagens, cores e na sublime e grandiosa criação do Arquiteto do Universo.